Stanley
Martins Frasão
Advogado Sócio de Homero Costa
Advogados
Sim — desde que com posicionamento
estratégico, conformidade rigorosa à regulação da OAB e alta adaptabilidade
tecnológica. A profissão permanece atrativa para quem combina expertise
jurídica profunda com gestão, dados e foco no cliente. Sociedades e profissionais
que dominarem o portfólio híbrido de precificação, operarem com eficiência
mensurável e entregarem aconselhamento de alto impacto tendem a capturar valor
sustentável no Mercado Jurídico brasileiro.
O Mercado Jurídico brasileiro combina
contencioso volumoso com novas demandas de LGPD (Lei Geral de Proteção
de Dados), ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental,
Social e Governança) e digitalização processual (PJe – Processo
Judicial Eletrônico). Nesse ambiente, a advocacia é atrativa para quem
migra do “contar horas” para a entrega de valor mensurável: gestão
de risco, estratégia e previsibilidade de custos. Sociedades que operam com
métricas e experiência do cliente superior preservam margens e relacionamentos.
A Precificação híbrida orientada a valor deve
ser aplicada.
A automação de legaltechs (empresas
de tecnologia jurídica) e a escala de ALSPs (Alternative Legal
Service Providers – Provedores Alternativos de Serviços Jurídicos) comprimem
preços em tarefas padronizáveis, impulsionando um portfólio de modelos:
- Fixed
fee (preço fixo)/retainer (mensalidade) para
rotinas previsíveis (governança contratual e conformidade).
- Value-based
pricing (precificação por valor) em trabalhos
estratégicos (M&A – Mergers and Acquisitions – Fusões e Aquisições,
arbitragem).
- Managed
services (serviços gerenciados) com SLAs
(Service Level Agreements – Acordos de Nível de Serviço) e KPIs
(Key Performance Indicators – Indicadores‑Chave de Desempenho).
- Assinaturas para
operações contínuas (programas de compliance – conformidade
regulatória e CLM – Contract Lifecycle Management –
Gestão do Ciclo de Vida de Contratos).
- Success
fee (honorários de êxito)/holdback (retenção condicional) em
contencioso, respeitando limites éticos.
Exemplo: revisão anual de milhares de
contratos pode migrar de hora-avulsa para tarifa por documento, com SLA
(Acordo de Nível de Serviço) de 72h e métricas de qualidade; a banca
foca cláusulas críticas e pareceres.
Operação, dados e tecnologia como alavancas.
A vantagem competitiva nasce de legal ops (operações jurídicas) e
da integração entre pessoas, processos e tecnologia:
- Padronização
e automação: listas de verificação, modelos
versionados e “esteiras” de produção.
- Analytics
(análises de dados): dashboards (painéis) de
produtividade, qualidade e risco para decidir preço, prazos e staffing
(alocação de equipe).
- Integração
de sistemas: CLM (Gestão do Ciclo de Vida
de Contratos), BI (Business Intelligence – Inteligência de
Negócios) e plataformas judiciais, com trilhas de auditoria e
segurança da informação.
- IA
(Inteligência Artificial) como copilot (copiloto):
acelera pesquisa, triagem, e‑discovery (descoberta eletrônica) e
análise documental; o diferencial humano permanece na estratégia,
no julgamento jurídico e na negociação.
Ética, regulação e reputação (OAB), o tripé
necessário.
A inovação deve observar o Estatuto
da Advocacia, o Código de Ética e os Provimentos
do CFOAB (Conselho Federal da OAB), como o de publicidade
informativa. Pontos críticos:
- Transparência de
escopo, preço e performance contratada.
- Vedação
à captação indevida e limites a comunicação
mercadológica.
- Proteção
de dados (LGPD), confidencialidade e
governança de fornecedores/terceiros.
- Estrutura
societária compatível com as regras
profissionais, preservando independência técnica.
Competências essenciais para o sucesso:
- Técnicas:
domínio regulatório setorial e redação de alto nível.
- Operacionais: legal
ops (operações jurídicas), SLAs (Acordos de Nível de Serviço), KPIs
(Indicadores‑Chave de Desempenho) e controle estatístico de
qualidade.
- Tecnologia
e dados: automação, IA (Inteligência
Artificial) aplicada e visualização de indicadores.
- Negócios:
precificação, proposta de valor e experiência do cliente.
- Soft
skills (competências comportamentais): comunicação
clara, negociação, mediação e ética aplicada.
- PMO
(Project Management Office – Escritório de Gerenciamento de Projetos)
jurídico para governança de projetos
complexos.
Caminhos práticos para profissionais e
Sociedades:
- Mapeie
o portfólio por eixo complexidade ×
padronização; automatize o “repeatable (recorrente)” com legaltechs/ALSPs.
- Redesenhe
ofertas em camadas: plataforma por
assinatura, managed services (serviços gerenciados) e
consultoria premium.
- Implemente
governança de qualidade e ética para uso
de IA (Inteligência Artificial) e dados.
- Mensure
valor: relate ganhos de tempo, redução de risco e
previsibilidade orçamentária.
- Revisite
“rate cards (tabelas de tarifas)” com descontos por
volume e métricas de desempenho.
Conclusão
Vale
a pena seguir carreira como advogado no Brasil — para quem combina expertise
jurídica profunda com gestão, dados e foco
no cliente, sob conformidade estrita às normas da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil). A profissão permanece relevante social e
economicamente, e o prêmio recai sobre quem entrega resultado
verificável, domina precificação híbrida e adota
tecnologia com responsabilidade. Nesse equilíbrio entre técnica, ética e
eficiência está o caminho para o valor sustentável no Mercado
Jurídico brasileiro.
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