sexta-feira, 29 de abril de 2016

“É homi, mãe”




Um jovem advogado, cumprindo a “tranquila” tarefa de coletar assinaturas em contratos de instituição de servidão vai literalmente “a campo” cumprir as tarefas do dia. Os posseiros normalmente residem nas propriedades rurais, o que demanda diligenciar “de bota e tudo”. Como o período era de chuvas, a partir de determinado trecho, o avançar de carro seria necessariamente atolar. Por isso, mesmo com o sol a pino, o jeito era levar a documentação na mão e a impressora/copiadora nas costas. Lá se vão advogado, motorista e negociador rumo à “sede” da fazenda. O negociador simplesmente avisa: “Óh, gente, não se assuste. Já vim aqui e a filha da proprietária né boa de cabeça não”. Os demais lamentam, maneiam a cabeça e não se abalam com a notícia. Sobe morro, desce morro, sobe de novo, atravessa riacho, bica, e, quando menos se pensa, todos ouvem: É homi, mãe! É homi! É homi! Corre que hoje é dia, é 3 homi”. Um olha para a cara do outro, o outro pra cara do um. Um vacila, outro toma fôlego e o último, claro, o negociador, dispara a rir e responde: sim, é hoje!!!  Sustos (e homi) a parte, contrato assinado, mais uma tarefa cumprida. Bem cumprida!

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