COMPRIDA AJUDA
Sensibilizado
com os entraves do processo familiar de um de seus sócios, um jovem advogado
mineiro disponibilizou-se para cumprir carta precatória de citação em pleno
interior do Nordeste brasileiro. Ao desembarcar, tomou um outro ônibus para
conseguir chegar ao tórrido destino deprecado e, assim, diligenciar o
cumprimento da missão. No meio do caminho, uma pedra. Pane no motor do vetusto
veículo! Todos os passageiros e suas peculiares bagagens desceram do ônibus em
plena estrada, deserta e desértica. Após longas horas de espera, sem qualquer
assistência e sob o risco de permanecer num local ermo, sem acostamento, chega
o transporte alternativo. Com o cumprimento da missão, um pouco bronzeado, o
advogado resolve ajuizar demanda contra a empresa transportadora, de forma a
ser indenizado pelos áridos dissabores experimentados. O insensível julgador
houve por bem julgar o pleito improcedente. Resignado, o advogado preferiu
deixar o assunto assim repousar. Contudo, alguns meses após, o causídico é que
recebeu uma citação. Para seu espanto, era a transportadora, pleiteando o
ressarcimento dos “prejuízos”, inclusive morais, derivados da necessidade de se
defender em juízo. Anos já se passaram e ainda não há sequer sinal de uma
decisão do assunto. Nesse caso, a sensibilidade para ajudar ao colega
significou, na verdade, uma missão bem comprida!
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