segunda-feira, 25 de março de 2019

AS AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA AUMENTARAM O NÚMERO DE PRISÕES PREVENTIVAS NO BRASIL



Mariana Cardoso Magalhães
Advogada Sócia de Homero Costa Advogados

Em 2015 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em conjunto com o Ministério da Justiça e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) lançaram o Projeto Audiência de Custódia, no intuito de garantir que aquele que tiver sido preso em flagrante seja apresentado ao Juiz de Direito, para a avaliação da manutenção ou não de sua prisão, de forma mais célere.

Neste projeto o preso em flagrante é apresentado ao Juiz, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, onde será entrevistado pelo Magistrado sobre o ocorrido e, posteriormente, serão ouvidos também o Ministério Público e o defensor do acusado.

A criação deste projeto teve como maior objetivo a celeridade na análises da manutenção das prisões em flagrantes, bem como uma possível diminuição das prisões provisórias. Contudo, pesquisas sobre o número de prisões provisórias após a implementação deste projeto mostram que “o tiro saiu pela culatra”, o número de prisões provisórias aumentou desde então, na maioria dos Estados brasileiros.

Segundo dados do próprio CNJ[1], entre 2015 a 2016, em dois terços (18) dos 26 estados brasileiros as audiências de custódia geraram mais prisões preventivas do que liberdades provisórias, levando a proporção nacional de prisões provisórias, após audiência, para 53,8%.

As pesquisas não apontam uma motivação específica para a ocorrência nos aumentos das prisões provisórias após a ocorrência da audiência de custódia, contudo tal fato chama a atenção dos juristas e aumenta a preocupação com a superlotação dos presídios brasileiros.


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